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Carros de luxo, fuzil e 16 presos em porto alegre!

como foi a operação contra facção que extorquia comerciantes em Porto Alegre

Ação reuniu 250 policiais desde as primeiras horas desta sexta-feira


Polícia Civil / Divulgação
Fuzil 5.56 foi apreendido em um dos mandados de prisão
operação da Polícia Civil que tenta limpar da área central de Porto Alegre a ação de criminosos que praticam extorsões cumpriu 16 mandados de prisão. Das ordens judiciais, nove resultaram em prisões de pessoas que estavam nas ruas e outras sete contra homens que já se encontravam no sistema prisional e agora podem ter o tempo de reclusão aumentado. A ação da 17 ª Delegacia de Polícia reuniu cerca de 250 policiais desde as primeiras horas desta sexta-feira (6).

Entre os presos, está o homem considerado o cabeça do esquema, responsável por dar as ordens de quem extorquir. O nome dele não foi divulgado pelas autoridades. A investigação confirmou que os achaques começaram há mais de três anos, inicialmente a prostitutas, flanelinhas e ladrões que atuavam na região. Todos eram obrigados a pagar "pedágio" ao grupo criminoso. Depois, o achaque avançou para lojistas e vendedores ambulantes.

Além dos 16 mandados de prisão cumpridos, a polícia encontrou cerca de um quilo de maconha e duas armas: uma pistola 9 milímetros e um fuzil 5.56. Foram cumpridos 58 mandados de busca e apreensão em Porto Alegre e Canoas. 
A Polícia Civil ainda encontrou dois carros de luxo que seriam de membros do grupo: um Audi TT 2015 e uma Land Rover Evoque, ano 2014. Um veículo Kia Soul também foi apreendido. Os três foram levados para o estacionamento de uma delegacia.
O delegado Juliano Ferreira considera que ação obteve êxito em retirar de circulação os criminosos envolvidos na extorsão. No entanto, admite que é um desafio conseguir mantê-los longe da região central e evitar que os crimes voltem a acontecer.
— A ideia agora é fazer um trabalho permanente, de sufoco, para que a gente tente evitar. Mas claro, não é fácil. É como tentar acabar com o tráfico de drogas nas vilas. Vamos tentar estar sempre no centro e contamos com a colaboração dos comerciantes para que tragam denúncias — declara o responsável pela investigação.

Polícia Civil / Divulgação
Carros de luxo apreendidos na operação
O comandante do 9º Batalhão de Polícia Militar, coronel Luciano Moritz Bueno, em entrevista ao programa Gaúcha+, da Rádio Gaúcha, afirmou que o temor das vítimas em noticias as autoridades acaba atrapalhando o trabalho. No entanto, garantiu o efetivo permanente na região para tentar evitar as extorsões.

— Os relatos são muitos e praticamente diários. Entretanto, o que dificulta bastante é a falta de denúncia. As pessoas se sentem incomodadas, extorquidas. É importante que elas denunciem, apesar de a gente entender o temor de se expor. Já prendemos alguns que faziam esse crime, dizendo ser de uma facção, mas na verdade não eram — disse o oficial.
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A investigação

Primeiro foram prostitutas e travestis, alvos fáceis porque estão desarmados. Depois uma facção começou a extorquir ladrões e traficantes que atuam nos bairros mais centrais de Porto Alegre. Nos últimos meses, a cobrança de propina atingiu comerciantes legalizados, que pagam impostos e deveriam contar com proteção do poder público.
Relatos de exigências volumosas em dinheiro proliferam entre estabelecimentos próximos ao Centro. Nos bairros Floresta e São Geraldo, muitos lojistas dizem que são extorquidos em quantias que variam de R$ 250 a R$ 400 por semana.
São bares, farmácias, estéticas, ferragens e lojas de roupa, entre outros. Donos de uma gráfica relataram à BM pressão para pagar essas quantias, no início deste ano.
O "pedágio" varia conforme o porte do negócio. Para ambulantes, os valores vão de R$ 20 (vendedores de meias) a R$ 50 (vendedores de celulares) por semana. Lojistas chegam a pagar centenas de reais.
Já no Centro, os valores são menores porque o comércio é de menor porte. Lancherias estão entre os alvos. Em maio, o dono de um bar e restaurante situado numa galeria forneceu a policiais da 17ª Delegacia de Polícia Civil um pen drive com imagens de três quadrilheiros que exigiram dinheiro para deixar o estabelecimento funcionar.
No Pop Center (camelódromo), situado entre a Avenida Mauá e a Rua Voluntários da Pátria, se multiplicam relatos de extorsões sofridas por comerciantes.
Em depoimentos à polícia, lojistas situados entre as ruas Voluntários da Pátria e Julio de Castilhos e Avenida Mauá relataram ter de pagar R$ 20 por dia para os criminosos. O mesmo valor é exigido de ambulantes.
Em galerias do Centro também há relatos de que a facção aluga andares inteiros para prostituição e tráfico de drogas — e todos que atuam com essas atividades pagam propina para o grupo criminoso. Os aluguéis são feitos em nome de "laranjas". Após reclamações à polícia de parte de lojistas estabelecidos quanto à frequência de prostitutas e traficantes nesses prédios, alguns comerciantes sofreram arrombamentos.

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